​O PATRONO
PROFESSOR NAPOLEÃO SOUSA MARQUES
patrono.gif

A cidade da Trofa, recentemente elevada a sede de Concelho, encontra-se numa fase de franco progresso económico-social e de grande expansão demográfica. Neste contexto, o projeto de atribuir um patrono à Escola Básica do 2º e 3º Ciclos da Trofa decorreu naturalmente de uma necessidade interna da Escola. Com efeito, já existem, para dar resposta às crescentes necessidades do Concelho, duas escolas similares e outra em fase de projeto; daí a necessidade de diferenciar o nosso estabelecimento de ensino dos restantes, atribuindo-lhe uma identidade própria.

Com este projeto, de atribuição de um patrono à Escola Básica do 2º e 3º Ciclos da Trofa, quis o Núcleo de Estágio de História, com a colaboração dos restantes professores do grupo e mediante o aval do Conselho Executivo, destacar uma figura de vulto da educação e cultura locais.

Curriculum Vitae
Identificação
Nasceu em 25 de julho de 1917, no lugar de Paranho (ou na atual rua do Conde de S. Bento, antigo troço da estrada de Trofa – Santo Tirso), freguesia de S. Martinho de Bougado, então concelho de Santo Tirso, agora concelho da Trofa. É filho de José de Sousa Marques e Emília Matias de Sousa. Reside atualmente na Rua D. Pedro V, na cidade da Trofa.

Percurso Estudantil
Frequentou uma escola particular no lugar de S. Martinho, em Trofa, onde conclui a 1ª classe. Daqui transitou para a escola do Paranho, onde foi lecionado pelo professor Mário Padrão. Aos 10 anos foi submetido a exame de 4ª classe com a prestação de provas em Santo Tirso, na Escola-sede , tendo sido aprovado com distinção. Aos 11 anos matricula-se no Liceu Rodrigues de Freitas, no Porto, e conclui o curso geral dos liceus, com dispensa da prova oral, no Liceu Alexandre Herculano, também no Porto.

Aos 17 anos de idade matricula-se no Instituto do Magistério Primário de Braga, tendo sido diplomado através da Escola do Ensino Normal de Braga por um Júri de Exame de Estado, em 23 de janeiro de 1939, ficando habilitado, após um curso de cerca de quatro anos, a exercer funções docentes.

Carreira Escolar (Docente)

Em 12 de setembro de 1939, é nomeado professor agregado da Direção do Distrito Escolar de Braga. A 4 de outubro desse mesmo ano inicia as suas funções docentes na Escola da freguesia do Souto, concelho de Terras de Bouro, distrito de Braga. No ano letivo seguinte, é nomeado professor da Escola de S. Miguel das Caldas, Vizela, concelho de Guimarães. A 11 de março de 1941 é nomeado professor efetivo da escola de Gouveia, freguesia de Várzea de Ovelha, concelho de Marco de Canaveses, distrito do Porto, onde lecionou nos anos letivos de 1941/42 e 1942/43.

Em 20 de janeiro de 1943, a seu pedido, é transferido para a Escola do Paranho, freguesia de S. Martinho de Bougado, concelho de Santo Tirso, onde passa a exercer funções a partir do ano letivo de 1943/44, cessando-as em 25 de julho de 1987, após 44 anos de aulas na Escola onde fez a escolaridade básica.

Atividade Circum-Escolar

A seu pedido foi criado, nesta freguesia de S. Martinho de Bougado, o posto da Telescola nº45, do qual foi encarregado e monitor durante cerca de oito anos, isto é, desde outubro de 1966 a julho de 1974. Foi suspensa a sua atividade em virtude da instalação da Escola do Ciclo Preparatório da Trofa. Durante os anos que funcionou, a Telescola habilitou algumas centenas de alunos com o ciclo preparatório unificado.

Nos seus tempos livres, fora das horas letivas oficiais e nos períodos de férias, ao longo de dezenas de anos, o professor Napoleão Sousa Marques habilitou alunos para os exames de admissão aos liceus e escolas técnicas; alunos para exames de admissão às escolas do magistério primário, que hoje são professores; alunos com dificuldades nos estudos e com fraco rendimento escolar e, finalmente, adultos para a admissão a concursos com provas escritas para profissionalização ou promoção profissional.

Ao longo da sua carreira docente recebeu diversos louvores dos Diretores escolares do Porto pelo rendimento escolar obtido, no fim de cada ano letivo.

O professor Napoleão Sousa Marques ocupou diferentes cargos ligados ao ensino: exerceu o cargo de Adjunto do Delegado Escolar de Santo Tirso, de 27/06/54 a 30/06/55; desempenhou o cargo de Delegado pedagógico do Concelho de Santo Tirso, eleito por sufrágio secreto e universal, em janeiro de 1975, para o ano letivo de 1974/75. Posteriormente este cargo foi extinto.

Teve também como sua responsabilidade, a coordenação da Ação Social Escolar do concelho de Santo Tirso, eleito por sufrágio secreto e universal, em 15 de dezembro de 1975, para o biénio de 1975/76 e 1976/77; no ano letivo seguinte desempenhou também este cargo, mas por nomeação e com a categoria de Assistente do Delegado Escolar. Posteriormente pediu a demissão.

Por último, relativamente a cargos ligados ao ensino, é necessário referir a orientação prestada pelo professor num concurso de reciclagem e atualização pedagógica para professores primários do concelho de Santo Tirso, em dois turnos: de 1 a 12/09/75 e 15 a 26/09/75.

Para valorização e promoção pessoal tomou parte no primeiro curso de aperfeiçoamento da Telescola, de 15 a 20 de setembro de 1969, participou em cursos de formação de Delegados Pedagógicos, em S. Pedro do Sul, de 2 a 5 de março de 1975. Para além disso, associou-se a um curso de formação de orientadores para reciclagem de professores, de 14 a 24 de julho de 1975, no Porto e , finalmente, a um curso para Coordenadores de Ação Social Escolar, em Ofir, Fão, durante três dias, em fins de setembro de 1976.

Atividade Extraescolar

Em julho de 1934 participou na introdução do escutismo na freguesia de S. Martinho de Bougado com a fundação do Grupo 102 e Alcateia 58, desempenhando o cargo diretivo de “Chefe de administração” durante vários anos. Atualmente ainda está ligado ao escutismo através da “Fraternidade Nun`Álvares da Trofa” da qual faz parte como associado.

No quadriénio de 1961/64, exerceu as funções autárquicas de Presidente da Junta de Freguesia de S. Martinho de Bougado-Trofa, convidado para o efeito pelos homens bons da localidade, em pleno consenso, tendo sido depois eleito por sufrágio direto e universal, tendo-se proposto como independente.

Em 4 de março de 1961, fundou o JORNAL DA TROFA de parceria com alguns trofenses amigos, do qual sempre foi diretor (exceto alguns meses), e durante os primeiros anos foi seu proprietário e editor; atualmente ainda é seu diretor.

No ano de 1950, de colaboração com mais três conterrâneos amigos, restaura o CLUBE DESPORTIVO TROFENSE, tendo sido adquirido nessa data o terreno do parque desportivo da coletividade onde funcionam as atuais instalações desportivas. No clube exerceu vários cargos diretivos, entre os quais o de tesoureiro e presidente da Assembleia Geral, sendo seu sócio de mérito e sócio nº1.

Em 1939 fundou, em colaboração com um grupo alargado de jovens, a Associação Cultural e Recreativa da Trofa, que durante alguns anos desenvolveu intensa atividade cultural, suspendendo definitivamente a sua atividade em 1975.

No ano de 1978, de parceria com um conterrâneo trofense, jovem, funda o Ginásio Infantil da Trofa, anexo às escolas primárias do Paranho, destinado exclusivamente aos seus alunos. Em 1981 foi institucionalizado, mas já com a colaboração de um grupo alargado de jovens, com o nome de GINÁSIO DA TROFA, e ao serviço de toda a comunidade Trofense. Nesta instituição, desempenhou durante vários anos o cargo de presidente da direção. Atualmente, é o seu sócio nº1.

Desde 1979 realizou colónias de férias em parceria com a professora Maria da Conceição Duarte Maia destinadas aos alunos das escolas primárias do Paranho e Finzes, na praia de Vila do Conde, em que cada ano beneficiaram cerca de 150 crianças.

Está ainda catalogado como sócio fundador da Banda de Música da Trofa, dela tendo sido seu tesoureiro, durante dois mandatos e presidente da Assembleia Geral. De igual forma, também está associativamente considerado como sócio fundador da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa da qual elaborou os primeiros estatutos e os apresentou superiormente para aprovação

O professor Napoleão Sousa Marques tem também o seu nome associado ao incentivo e dinamização prestado à administração do Jornal da Trofa para a fundação da Rádio Trofa.

Escreveu e publicou as seguintes obras literárias:

Roteiro Turístico-Cultural da Cidade da Trofa;

V Centenário da Descoberta do Brasil;

Duas Comunidades…Um Só Povo (1ª e 2ªedição);

Senhora das Dores;

Homenagem ao Professor Napoleão Sousa Marques;

Vigorosa;

A Ponte Pênsil da Barca da Trofa.

Aguardam publicação as seguintes obras literárias:

Raízes do Clube Desportivo Trofense;

Contos, Lendas e Narrativas Tradicionais Portuguesas;

Fundação dos Bombeiros Voluntários da Trofa;

Irmandade e Santa Casa da Misericórdia da Trofa;

Santo António;

Os Lusófonos;

Recordações da Minha Infância;

Eu Fui Professor…

O Professor Mapoleão Sousa Marques foi agraciado com medalhas e placas:

Medalha de Mérito Cultural atribuída pela Câmara Municipal de Santo Tirso;

Medalha de Mérito Cultural atribuída pela Comissão Instaladora do Município da Trofa;

Emblemas de Ouro atribuído pelos Bombeiros Voluntários da Trofa;

Medalhão de prata das bodas de prata do Jornal da Trofa;

Placa e medalhão atribuído pelo Clube Desportivo Trofense;

Placa do Lions Clube da Trofa;

Foi distinguido com as seguintes homenagens públicas:

Dos alunos da Escola Primária do Paranho em 1978;

Dos professores do Concelho de Santo Tirso;

Dos antigos alunos;

Atribuição do seu nome para designar uma rua da Trofa pela Junta de Freguesia.